1.
Luana tinha sua vida praticamente perfeita, CEO de uma empresa de Relações Públicas conhecida por cuidar da imagem de centenas de hotéis, resorts e spas pelo país. Sua especialidade é identificar as possíveis críticas que os hóspedes pudessem fazer e assim evitá-las. Aos 34 anos de idade já tinha uma fortuna considerável, respeitada no meio profissional, sua melhor amiga Denise era seu braço direito dentro e fora da empresa. Dotada de uma beleza acima da média, olhos verdes, cabelos pretos, pele clara, corpo esbelto com curvas perfeitas, sua aparência era invejada pelas mulheres e desejada por homens onde quer que fosse.
Tudo isso não impediu o seu coração de ser partido. Seu ex-noivo era advogado e a trocou semanas antes do casamento por uma estagiária de seu escritório.
Isso fez com que Luana perdesse a sua fé no amor. Para ela não existem mais finais felizes. Como maneira de curar sua dor, ela trabalha muito mais, quando perguntavam sobre sua vida amorosa, ela dizia que era casada com sua empresa. Sua amiga até a chamava de “workaholic”.
Foi assim por quase 2 anos até sua visita a um resort…
– É apenas por uma semana, sua empresa ainda estará aqui quando você voltar. – Denise tentava convencer Luana.
– Não entendo, por que eu? Você pode muito bem ir! Já avaliou dezenas de lugares.
Denise recebeu um e-mail de um resort no interior solicitando uma avaliação de opinião, pois a alta temporada estava chegando e o presidente do grupo queria que cada local estivesse perfeito e preparado para os hóspedes. Como uma boa amiga que é, sugeriu para Luana ir e além de fazer a avaliação, aproveitar o belíssimo lugar.
– É a férias de seus sonhos. Você vai estar trabalhando e ainda estará desfrutando de um lugar paradisíaco. – Denise usou sua melhor cartada.
Luana fica pensativa. Desde a traição ela não saiu da cidade. Talvez seja hora de tentar mudar essa chave. E ela estava precisando de descanso, já que o excesso de trabalho e estresse estavam começando a atrapalhar seu desempenho.
– Talvez você não esteja errada…
– Eu nunca estou errada. E outra, você pode muito bem encontrar algum homem para você sabe… – Denise diz maliciosamente.
– Não começa, Denise! Eu vou trabalhar e quem sabe, pegar uma piscina.
– Amiga, me escuta, são quase dois anos. Você precisa desestressar, sua vida se resume ao trabalho, não o deixa ganhar. Já se olhou no espelho? Você é linda e merece ser feliz! Começa tirando esse estresse e um belo chá de pica pode resolver!
– DENISE. – Luana grita horrorizada.
– Eu estou falando sério. Você precisa tirar isso do seu sistema.
– Você ainda vai me deixar maluca. – Luana disse rindo de sua amiga.
– Depois você me liga para agradecer.
No dia seguinte Luana dirigia seu Porsche Cayenne a caminho do resort.
A estrada era maravilhosa. Uma enorme floresta ao redor daquela pequena linha de asfalto, era como se você estivesse dentro de um filme.
O outdoor indicava que em poucos quilômetros ela estaria chegando ao local indicado, tudo isso era utilizado em sua avaliação, até mesmo a publicidade feita.
– Siri, abra o bloco de notas. Arquivo: Resort Glimpse of Heaven.
Luana foi ditando suas observações sobre o outdoor e a estrada pela qual passou. Chegou em um portal gigantesco, na guarita tinha um jovem rapaz, que foi muito educado, registrou seus dados, placa e modelo de carro e tirou uma foto de seu rosto.
– Senhorita Luana, sua reserva é no chalé 38, subindo pela estrada principal, ele tem garagem privada, então pode ir com o automóvel até lá.
– Por favor, você pode apontar para qual lado devo ir?
– Claro, a estrada principal é aquela e seu chalé é perto daquela colina. Qualquer dúvida ou problema que tiver, é só acionar o nosso contato.
O chalé teria uma vista privilegiada da montanha, ver o sol nascer daquela posição deve ser de tirar o fôlego.
Luana agradeceu o rapaz e dirigiu bem devagar para observar cada detalhe. Enquanto subia a pequena serra, o Porsche Cayenne começou a fazer um barulho estranho e parou. Rapidamente ela ligou para o contato indicado e prometeram um profissional para resolver o mais rápido.
Não deu nem 10 minutos do ocorrido e uma Hilux parou próximo. Para Luana isso foi um ponto muito positivo, considerando a distância que estava do resto do resort.
De dentro do carro saiu um homem. Ele era forte, cabelos curtos loiro queimado, barba feita, seus olhos eram de um azul brilhante e sua pele dourada pelo sol. Vestia uma calça jeans, camiseta branca justa, que destacava seu torso definido e as mangas justas nos ombros realçava seus músculos.
– Olá, senhorita! O que posso fazer por você?
Sua voz era grave, mas não assustadora. Era sexy.
Todo esse cenário trouxe à tona a conversa com Denise. “Você precisa tirar do seu sistema”.
“Eu vou matar Denise quando voltar”, era isso que Luana pensava após sentir seu coração acelerar ao olhar para aquele homem atraente. Fazia anos desde a última vez que se sentiu assim.
– Meu carro parou.
Foi o que ela conseguiu responder.
– Posso? – O misterioso homem perguntou apontando para o capô do carro.
– Sim, por favor!
Luana ficou assistindo aquele homem vasculhar o motor de seu carro. Era inevitável não perceber seus músculos contraindo embaixo daquela camiseta. Suas grandes mãos apertando e mexendo tão delicadamente em peças frágeis. Foi impossível não pensar nessas mãos em outro lugar.
– Aparentemente uma válvula se soltou.
– Você consegue arrumar?
– Eu consigo arrumar qualquer coisa. – Disse convencido.
“Será que consegue arrumar meu problema de estresse?”
Todos os pensamentos impuros eram colocados na conta da Denise, mesmo a coitada não estando ali para se defender.
Ele vai até sua caminhonete e pega uma caixa de ferramentas. Em questão de alguns minutos o motor do Porsche Cayenne estava funcionando com total poder.
– Muito obrigada! Me deixa te agradecer. – Ela tira de sua bolsa uma nota de R$200,00.
Ele solta um riso baixo e nega, dizendo que não poderia aceitar.
– Por favor, eu insisto.
Ela se aproxima dele e é intoxicada por uma colônia máscula. A tensão entre suas pernas só aumenta. Olhos verdes se encontram com olhos azuis. O ar parece sumir.
Um pouco tímido com a proximidade dela, ele acaba aceitando e coloca a nota no bolso. Com um aceno ele entra em sua Hilux e vai embora.
Ainda um pouco zonza, Luana entra em seu carro pensando no que tinha acabado de acontecer. Naquela noite, no silêncio de seu quarto, ela sonhou com mãos fortes, olhos azuis e cabelos loiros queimados.
O chalé era luxuoso como o resto do resort. Luzes que se acendem por comando de voz, tablets para acionar qualquer serviço que precise e ainda em meio a toda essa tecnologia, a arquitetura rústica deixava a atmosfera ainda mais fina. Os chalés que ficavam mais no alto eram mais afastados uns dos outros, especialmente para pessoas que desejam privacidade e silêncio.
A varanda era enorme, com uma vista estupenda dos vales e montanhas ao redor, tudo ali dentro era de bom gosto. Mais um ponto positivo em sua avaliação.
De manhã o serviço de café foi deixado em sua porta sem ao menos solicitar, foi como um presente de boas-vindas. Para Luana foi muito satisfatório, sua programação pela manhã incluía uma reunião com a diretoria.
Ela vestiu um look social e empoderado, prendeu seus lisos fios negros em um rabo de cavalo que valorizavam sua mandíbula afiada. No fundo ela sabia que essa postura exalava poder e confiança, tudo o que ela precisava para encarar um meeting cheio de velhos engravatados.
Como já era de se imaginar, todas as cadeiras da mesa de reunião estavam ocupadas por homens grisalhos, exceto pela cadeira do presidente do grupo.
Todos os olhares estavam nela. Ela fingia costume, mas aquela situação era sempre constrangedora.
– Senhores, desculpem o meu atraso.
Ela conhecia aquela voz. Um calafrio percorreu sua espinha e parou no centro de seu ventre.
Era ele.
Rapidamente a cena do dia anterior retornou como um flashback e com ele todos os detalhes que ela deixou passar por estar prestando atenção em braços fortes.
A Hilux, a colônia, a calça jeans da Maybach, o Rolex no pulso.
O constrangimento só piorou ao lembrar que ela insistiu em dar gorjeta para o presidente do resort. O homem que agora estava usando um terno fino, sob medida, claramente feito por um alfaiate. Era esse o homem que tinha recebido uma gorjeta.
Ele se senta na cadeira e se identifica como “Alpez Hoffmann” – Presidente.
Seu nome era Timóteo.
Sentindo o sentimento embaraçoso de Luana, Alpez piscou para ela. Ele não tinha ideia do frenesi de borboletas que causou no estômago dela.
“Você está parecendo uma adolescente tarada. Foco, mulher! Você está a trabalho”.
Luana estava tentando se manter sã. Bendita hora em que sua amiga resolveu soltar umas verdades em sua cara. Apesar de tudo, era estranhamente interessante.
– Decidi contratar uma empresa de Relações Públicas para cuidar de nossa imagem para essa temporada. Por favor, se apresente. – Alpez foi cordial.
Era hora de mostrar seu poder e assim Luana se levantou, disse quem era e o que pretendia fazer nesses dias que ficaria hospedada. Algumas palavras duras foram ditas e alguns olhares negativos vieram em sua direção. Ela já estava acostumada. Quando um velho resolveu questionar seu trabalho, Alpez levantou a voz para impedir que alguma discussão começasse, já que Luana aparentava ser o tipo de mulher forte que não deixa ninguém duvidar de sua capacidade.
Parte do seu trabalho requeria mudança, que por muitas vezes não eram bem aceitas por parte da chefia, mas Alpez parecia bem atento e receptivo às suas sugestões. Por final, todos foram dispensados ficando apenas os dois na sala.
– Acho que agora vou me apresentar propriamente. – Luana disse sem graça e estendeu a mão. – Sou a Luana.
Ele pega sua mão. Ela pode sentir que a dele é levemente calejada.
– Olá, Luana. Eu sou o Alpez. É um imenso prazer te conhecer.
6.
Alpez fez questão de levar Luana para um tour pelo resort. Mostrou todas as áreas de lazer, restaurante, acomodações, recintos de exibição, piscinas, academia e por final, o imenso palco de eventos que estava sendo montado para as atrações da temporada.
– Não sei se em uma semana conseguirei fazer uma avaliação muito detalhada, talvez fique mais. – Luana disse impressionada pela dimensão do resort.
– Sem problemas. Sua reserva foi feita por um mês.
– O QUE?
– Aqui, olhe! – Alpez tira seu iPhone do bolso e mostra para ela o e-mail que Denise enviou com sua reserva, ela foi bem enfática com “privacidade”.
– Por isso que estou no chalé mais afastado.
– Não é o mais afastado.
– Ah, não? O funcionário me disse que era o mais afastado.
– O mais afastado é o meu. Fica a alguns quilômetros acima do seu. Lá só entra se for convidado. Tenho em mente um nome para convidar…
Se era para ela ou não, tanto faz, Luana sentiu suas pernas tremerem e soltou um riso baixo.
Depois daquela conversa, Alpez prometeu levar Luana para experimentar cada espaço. O primeiro local foi a área de prestação de serviços, tinham massagistas, manicure, pedicure, quiropraxia, yoga, tudo o que é permitido para relaxar. Só que para Luana estava cada vez mais difícil relaxar com aquele homem ao seu lado, demonstrando toda sua mobilidade nas atividades.
Luana ria de suas piadas e imitações. Ele era divertido e engraçado. Todos os funcionários o olhavam com admiração e respeito. Será que tinha algum defeito?
No final do dia eles se despediram. A sensação de ambos era como se já se conhecessem há anos.
Pela manhã junto com o carrinho de café tinha uma rosa vermelha e uma nota: Me encontre na piscina. Com amor, A.
O coração da Luana foi parar na boca. “E se ele aparecer de sunga?”.
A área das piscinas era gigantesca, mas não foi difícil de encontrá-lo. Ele estava no quiosque central. O sol batendo em suas costas musculosas, o olhar de Luana foi descendo devagar pelo corpo de Alpez. Ele usava uma sunga branca.
Ele não era inocente. Não pode ser.
“Você precisa tirar isso do seu sistema”
Dois podem jogar esse jogo.
Luana se aproximou.
– Olá, Alpez.
Ele se vira para recebê-la. Seu sorriso brilhou mais que o sol. Lentamente Luana retira sua saída de banho e vê os olhos azuis percorrem seu belo corpo e pela primeira vez em anos não se intimidou com o olhar de um homem.
– A vista daqui é maravilhosa. – Ela disse.
– E está cada vez melhor. – Ele responde sem tirar os olhos dela.
O garçom do quiosque forja uma tosse para chamar a atenção.
– Aqui está sua bebida, senhor.
– Obrigado. Faça uma para a dama.
Luana rapidamente interfere.
– Quero apenas uma água. Tenho sede.
Ela não queria que soasse malicioso, mas pelo jeito soou para o Alpez.
Ele toma um gole de seu drink e vai para dentro da piscina.
– Pode ir, vou beber minha água e fazer algumas anotações. – Luana fazia suas marcações sobre essa área.
Quando ela terminou e procurou por Alpez, ele estava saindo da piscina, a água escorrendo por seu peitoral e parando na sunga, foi inevitável, não tinha como desviar o olhar do volume que tinha ali. Contra a vontade, ela levanta os olhos para o rosto e ele tem um sorriso maroto nos lábios, com certeza ela foi pega no flagra.
– Não quer entrar para avaliar a água da piscina?
– Não precisa. Já tenho tudo o que preciso. – Luana responde terminando de anotar.
Alpez se aproxima, fica a centímetros dela, lentamente ele retira o celular da mão de Luana.
– O que você está…
Antes dela terminar de perguntar, braços fortes a pega pela cintura e em segundos ambos estão dentro da piscina.
Eles riem.
– Você é maluco!
– Não tenho culpa se queria te ver molhada.
Luana para de rir, suas peles estão quase se tocando e ela encara lábios perfeitos. Sua mente está um turbilhão de informações. Se questiona se deve se render ou não a essa louca atração.
O salva-vidas soa um apito para alertar alguns adolescentes que estavam fazendo bagunça, isso faz com que Luana dê um passo para longe de Alpez.
Depois da piscina eles pegam um jipe e vão para uma trilha. A mata cresce ao redor do carro, o caminho é cheio de plantas nativas e placas coloridas com frases sobre o meio ambiente.
– Me fala mais sobre você. – Alpez está curioso.
– Não sei o que posso ter de tão interessante para dizer.
– Ah, por favor, Luana. Começa com qualquer coisa boba.
– Lembra que você pediu. Tenho 34 anos. Minha cor favorita é verde-oliva. Prefiro gatos. Assisto clássicos da Disney quando estou triste. Pronto. É isso.
Alpez a olhava encantado.
– E seu coração?
– Está batendo. – Ela respondeu ríspida.
– Ouch!
– Desculpa, é que esse é um assunto difícil. – Ela disse um pouco chateada.
– Coração quebrado?
– Destruído em milhões de pedaços.
– Seja lá o que for que tenha acontecido, ele foi um babaca e você merece muito mais.
Luana sentia seus olhos queimarem e para não chorar desviou o olhar para a mata.
Eles chegaram em um vale, tinha um píer para pesca no lago, área de camping e várias árvores fazendo uma sombra perfeita.
Do porta-malas do jipe Alpez tirou uma cesta de piquenique.
Ele estendeu a toalha no chão, ajudou Luana a se sentar e depois a serviu um suco.
– Impressionante! Aqui é maravilhoso. Todos os hóspedes têm acesso?
– Só quem é especial. – Ele responde piscando.
“Ele vai ser minha perdição”, Luana estava cada vez mais entregue e sentia que era recíproco.
Continuaram jogando conversa fora, se conhecendo mais, até o sol se pôr.
– Essa vista é linda demais.
Luana dizia com os cotovelos apoiados na madeira do píer.
– É de tirar o fôlego. – Alpez complementa.
Ele não está olhando para a vista, mas sim para Luana. Ela percebe. Como um ímã se vira para ele. O tom alaranjado do sol se pondo deixa o rosto dele ainda mais bonito. Seus olhares se encontram. Uma mão de Alpez vai parar em sua cintura, é um convite, um pedido de permissão, Luana responde colocando uma mão no peitoral e sente como está acelerado os batimentos do loiro.
– Você vai me beijar ou o que? – Ela desafia.
Uma mão firme segura seu rosto e lábios famintos a beijam. Seus corpos chocam com a ferocidade da paixão. As mãos de Luana estão agarrando os fios dourados do cabelo de Alpez. A boca sedenta de Alpez é insaciável, ele aproveita de um gemido de Luana para pôr sua língua na boca dela. Nesse momento é uma explosão de sensação. Eles querem se devorar. O beijo fica mais cadenciado e termina com selinhos. Enquanto Luana respira, Alpez desce uma trilha de beijos em seu pescoço.
– Eu não resisto a você. Desde a hora que te vi parada na estrada.
Luana não conseguia pensar com clareza, sua mente estava entorpecida por tesão.
Eles voltaram a se beijar ardentemente, mãos tocando se aventurando cada vez mais, ambos estavam à beira de um precipício.
O momento só terminou porque precisavam retornar ao resort, estava frio.
Como um bom cavaleiro, Alpez deixou Luana em seu chalé.
Na despedida eles fizeram uma sessão de amasso na porta, praticamente se engolindo em um beijo avassalador. Luana queria pedir para ele entrar e ver o que essa noite prometia, mas faltou coragem para dar esse passo a mais.
– Eu tenho que te levar para um encontro. – Alpez disse beijando seu rosto.
E assim ele parte com o jipe, deixando uma Luana frustrada, excitada e revoltada pela própria covardia.
Mesmo depois de um longo banho, uma taça de vinho, Luana não conseguia relaxar, seu corpo estava tenso de tesão, ela decidiu se tocar, tirou toda a roupa e quando seus dedos começaram a trilhar para a parte que mais desejava atenção, a campainha toca diversas vezes.
Revoltada ela veste um roupão e quando abre a porta, um Alpez agoniado está a porta.
– Alpez, você está bem? O que você quer?
– Eu quero você.
7.
Luana o convida para entrar. A atmosfera é palpável. Todas as cartas estão na mesa e ela dá o “all in”.
Lentamente ela desfaz o nó do roupão e o desliza pelo seu corpo nu.
Alpez parece estar tremendo. Ele se aproxima dela, seus olhos prometendo realizar cada desejo que ela quisesse. Suas mãos fortes começam a tocar o pescoço e vão descendo para os seios fartos, ao tocarem em mamilos eretos, Luana deixa escapar um gemido.
As mãos continuam a descer até as nádegas de Luana e com um puxão ela se choca ao peitoral de Alpez. Suas bocas se atraem e com uma demonstração, ele a levanta, a segura pelas coxas. As pernas de Luana abraçam o quadril de Alpez e mesmo com camadas de roupa é possível sentir a ereção dele.
– Quarto. – Ela ordena.
Eles chegam ao quarto e Alpez a coloca lentamente no meio da cama, os fios pretos espalhados pelo travesseiro, os lábios inchados, o peito ofegante e toda curva de mulher, ela é a mais linda que ele já viu.
Com ela ainda deitada, ele se ajoelha na cama e devagar vai tirando peça por peça. Quando chega na calça, ele tira o cinto devagar e em um movimento rápido, fica em pé e tira a calça junto com sua cueca.
Engatinhando ela vai até ele. Jamais que Luana iria imaginar uma coisa dessa na vida, mas naquele momento, nada mais importava.
Ele era enorme. Duro.
Curiosa, ela começou a deslizar sua mão por toda aquela extensão causando gemidos em Alpez.
Ele começa a se ajoelhar e ambos se deitam, pele na pele, desejo no olhar. O membro ereto de Alpez cutuca a barriga de Luana, as mãos dela estão nas fortes costas e as deles ao redor de sua cabeça, sustentando em peso.
– Deita-se. Eu quero sentir você. – Ela pede.
Ele solta seu peso nela. Não é sufocante. É extremamente prazeroso.
Se volta a beijá-la ainda com mais vigor, vai desenhando beijos molhados por seu pescoço até chegar nos seios, a língua agitada de Alpez em seus mamilos sensíveis fazem Luana gritar de prazer. Ele dá atenção devida para ambos e continua seu caminho pela barriga, até chegar ao quadril, ele consegue sentir o aroma dela no ar.
– Você deve ser mais deliciosa ainda aqui embaixo.
Luana se assusta com o que ele quer fazer. Nenhum dos seus antigos parceiros faziam.
– Eu nunca…
– Você quer?
Ela acena tímida e ele começa com pequenos beijos na parte interna da coxa, até chegar no sexo dela. Ele podia ver a quão excitada ela estava e isso fez com que o seu membro ficasse ainda mais ereto.
– Sortudo sou eu.
Então com a língua ele começa a deslizar movimentos pelo clitóris dela. Sua língua habilidosa fazendo com que ela se contorcesse na cama. Suas mãos foram parar entre os cabelos dele. Ela nunca tinha sentido nada como isso.
– Eu estou chegando…
– Venha! Venha para mim, baby!
Ela goza. Como nunca fez na vida. Seu corpo está amolecido, ela mal percebe que Alpez está a beijando novamente, sentindo seu gosto na boca dele.
Luana foi sentindo seu corpo se excitar novamente, estava insaciável.
Ele sorri e abre as pernas dela se posicionando em sua entrada. Volta a beijava e em um movimento lento a penetra. Ela é apertada e faz ambos gemerem.
– Te machuquei?
– Não! É que já tem um tempo…
Isso faz com que Timóteo a olhe nos olhos.
– Eu vou fazer sua noite ser inesquecível.
E ele fez.
Seus movimentos lentos começaram a ganhar ritmo, ele sabia muito bem conduzir o ritmo, sabia ler todos os sinais que ela dava. Juntos se envolveram em uma paixão avassaladora. Os movimentos de Alpez eram perfeitos e naquele momento ela percebeu que ele o preenchia em todos os sentidos possíveis. Mais ainda que se entregou aquele momento. Abriu mais as pernas para ele ir mais fundo, ambos gritavam e gemiam em uníssono, o som molhado de seus sexos completava uma sinfonia que ela não ouvia há muito tempo.
Seria a sinfonia do amor?
Juntos eles gozaram.
Em êxtase seus corpos suados se colidiram e em um sono profundo eles caíram embaralhados em lençóis de seda.
8.
Luana podia sentir seu corpo doendo nos melhores lugares. Flashes da noite anterior em sua mente.
Antes de abrir os olhos ela ouviu um ronco baixo, sentiu um peso em sua barriga, era o braço de Alpez. Eles dormiram de conchinha.
Ela solta um gemido baixo ao sentir o membro dele ereto novamente, será que estava sonhando?
– Acordou? – A voz de Alpez mais grave pelo sono.
– Sim. E estou com fome.
– Eu também.
O movimento sutil da pelvis dele em suas nádegas deixam bem claro que ele tem fome.
Beijos na nuca, uma mão acariciando os seios e a outra em seu sexo, rapidamente Luana já está excitada.
– Posso?
Consentimento é tudo e Alpez sabe.
Ainda de conchinha, Luana levanta a perna e apesar do ângulo ser apertado, Alpez a possui. Seus movimentos são rápidos e firmes. Em pouco tempo ambos explodem de prazer.
– Você é insaciável. – Luana disse rindo.
– A culpa é sua. Gostosa! – Alpez disse se posicionando novamente entre as pernas dela.
Pela segunda vez naquela manhã Alpez os conduzem a uma loucura de prazer.
Eles tomam banho, fazem o café da manhã e Luana continua com suas avaliações. Alpez a deixa sozinha por um momento para ter uma reunião com um fornecedor.
Ela aproveita esse momento de solidão para pensar em tudo o que aconteceu.
Será que vai ser um lance de uma semana e só? Ela decidiu ligar para a sua amiga Denise e contou o que aconteceu.
– ERA DISSO QUE EU ESTAVA FALANDO. – Denise gritava empolgada.
– Eu não sei o que eu estou sentindo.
– Lulu, seu coração voltou a bater. É isso. Você saiu da caverna.
Luana ria. Será que isso era amor?
– Fica o tempo que precisar. Trepe o quanto quiser e quando cansar você volta.
– DENISE!
– Pode parar de ser puritana, o presidente já te comeu bastante para isso.
Luana ria da indelicadeza da amiga.
Mais tarde naquele dia, Alpez e Luana se encontraram aos beijos no sofá.
– Ele me deixou por uma estagiária há poucos dias do nosso casamento. – Luana confessou.
ALPEZ beija sua têmpora e a abraça.
– Eu fui casado, mas ela faleceu durante o parto, o bebê também não conseguiu. Isso foi há um tempo. Você é a primeira mulher com quem realmente me relaciono.
Ambos tiveram o coração destruído. Cada um na sua dor. Naquele momento a luz do luar, algo maravilhoso surgiu.
O tempo passou voando. Luana terminou seu serviço, entregou um projeto deslumbrante, chegou a hora de se despedir. Ele estava com lágrimas nos olhos. Entregou um envelope. Tinha um recado e uma chave.
“Você está convidada a entrar. Não só na minha casa, como na minha vida. Aceita?”
Luana não respondeu. Não conseguia. Implicava muitas coisas nessa decisão. Quando chegou na cidade, imediatamente sentiu falta da calmaria e do silêncio. O frio era diferente. Chegou em sua empresa e era como se ela não tivesse saído. Tudo funciona perfeitamente. Ela fez um excelente trabalho como CEO, treinou e capacitou uma ótima equipe.
Três dias depois a campainha do chalé mais longe na colina mais alta tocou. Antes de Alpez abrir, um papel foi empurrado pela fresta.
“Eu aceito”
O barulho de uma chave sendo inserida na fechadura faz Alpezo sorrir e todas as peças se encaixarem. O som do amor inundou o resort que se chama “Vislumbre do Céu”.