Ando me desfazendo das ideias para ver se consigo me libertar desses teus pequenos lapsos de esquecimento. Nuvem espessa, sem cor, sem dor, sem imagem de nenhuma das cenas que projetavam o nosso enredo. Memória in memoriam… Não foi escolha minha se o seu paladar mudou e seu tato se tornou áspero. Ando beijando o barro com os pés, Abraçando mares e evitando pessoas. Ando cansada de mim e casada com o silêncio. Ando imersa em um único esquecimento… Me ocultando pelas imagens de vento e frio em uma manhã de domingo, Vou negando a tua chuva, Água demais me leva para longe… E o que eu realmente quero é estar aqui para sentir tua ausência com a intensidade de quem está dando à luz no meio do asfalto quente. Se for para sentir, que eu arranque a pele para ver o sangue fluir.
Não passo à revelia de nada. Por isso, Já que me nivelou em luz, ando chutando minha própria sombra para ver se me escondo dessas tuas lembranças.