Fantasiando com a rainha de bateria

A noite estava agitada, os foliões pulavam e rodopiavam ao molejo do samba; o enredo na Sapucaí tradicionalmente começava nas esquinas, nos botecos e bares mais tradicionais de Santa Tereza, eram as famosas prévias. Santa Tereza é um bairro tradicional pelas suas marchas e blocos de carnaval; Sérgio, um mineiro de primeira viagem, estava frequentando pela primeira vez todo aquele cenário. Antes de ir para avenida, encontrou alguns amigos reunidos em um destes botecos localizados estrategicamente nas esquinas, prontos para captar homens e mulheres boêmios, era uma espécie de bistrô do samba; depois de um breve diálogo, descontraídos, decidiram ir a um galpão próximo, almejam curtir a prévia do samba acompanhada de algumas tulipas de Chopp regadas a cavacos e cuícas, e claro, com oportunidade de tentar alguma investida em um rabo de saia; pronto! Tudo estava planejado, e rapidamente, sem procurar obstáculos, Sérgio e o grupo de amigos tomaram rumo ao local. 

Naquele ano a Sapucaí tinha recebido melhorias e com isso houve uma grande propaganda para o evento que fez com que uma multidão estivesse presente nas noites de carnaval, com isso, muitos estavam ali pela primeira vez e Sérgio era um destes “cabaços de carnaval”, juntamente com cinco amigos que estavam hospedados em um hotel ali próximo do sambódromo. 

Sérgio além de ansioso tinha uma característica que lhe atrapalhava em alguns momentos, antecipava os fatos antes mesmo de eles existirem, tinha imaginação para dar e vender, com isso chegou a pensar que fosse sentir desconforto e até enjoos durante as festas, motivados pela sua timidez e ansiedade, por engano; aquelas pessoas conversadoras e cheias de abraços uns aos outros como se fosse uma grande família deixou-lhe com um ar de aproximação, de que todos pareciam estar íntimos.  

Seu conhecimento do carnaval e sobre as escolas era somente o que via e ouvia pela TV, e para sua própria surpresa, foi bem recepcionado, estava à vontade no ambiente; em sua consciência, ele sabia, procurava algo diferente, que fizesse uma marca em sua memória, ainda não sabia exatamente o que seria, mas sabia onde seria, na Sapucaí, por isso a decisão de estar ali. 

Os locais que promoviam rodas de samba e reuniões de torcedores das agremiações eram os mais buscados, e como planejados entre os amigos, eles se encontrariam na entrada dos barracões de samba que por sinal, foi facilmente achado, o som e o forte movimento de pessoas na entrada indicavam que haviam acertado o endereço, eram pessoas que brigavam por estar na fila, deduziram que a festa estaria animada, tudo aquilo era como um “GPS” sonoro e visual, não houve dificuldades em se enturmar, todos estavam em um objetivo, a comemorar o carnaval da melhor forma. 

Já no local escolhido, em frente ao tradicional galpão da agremiação; Sérgio foi acompanhado por estes amigos que conheciam melhor aquele ambiente, Márcio era seu amigo mais próximo, mas Sérgio gostava de estar sozinho, o local tinha boas proporções, uma entrada chamativa, principalmente pelas belas mulheres que faziam fila. Era uma noite quente; após alguns minutos de festa, notou que havia muita gente em torno de um palco montado improvisado, primeiramente pensou em ser uma confusão, mas não ouviu gritos e nem viu correrias, então descartara qualquer alvoroço sobre essa hipótese, mas sua curiosidade forçava-o a saber o que estaria acontecendo, queria ver o que levava aquele aglomerado de pessoas a tirar centenas de fotos, foi andando a passos curtos, observando cautelosamente, mal dava para andar um metro sem pisar ou esbarrar-se em alguém, quando conseguiu se aproximar do objetivo, viu uma bela mulher sendo o centro das atenções, seu olhar fixou-se naquele par de coxas que chacoalhava de tão grossa juntamente aos seios fartos e quase nus em um decote provocante, aquilo encantou Sérgio, ao mesmo tempo em que sambava rapidamente ela sorria esbanjando simpatia à todos, no primeiro momento ele achou aquilo um pouco estranho, aquela multidão olhando de forma julgadora e cobiçada para aquele mulherão a sua vista, principalmente os homens que estavam a sua volta, pareciam cachorros em busca de cadelas ao cio, mesmo assim, ela continuava sorrindo como se gostasse de ser o centro daquelas atenções, a cada olhares e rostos que se viam, ela era comida viva com os olhos; ele pensativo, entendeu minutos mais tarde que aquilo era uma questão de situação, ela tinha que mostrar talento e sensualidade para aquele aglomerado, como se provocando tudo aquilo, fosse um dos requisitos que faria dela um sucesso no dia seguinte, ela precisava ser aprovada pelos torcedores, assim ele deduziu pelo que viu. Sérgio não conseguiu ver muitos detalhes do show privado, mas notou algo de diferente naquela passista, o corpo da sambista e suas formas volumosas eram acima da média do que ele considerava formidável, notou também uma tatuagem na cintura que ficou em sua memória, pois a destacava das outras em contraste de sua pele, uma mulata café com leite, a tatuagem dava um destaque pelas cores que cortava até sua monumental bunda.  

A agremiação tinha tradição de festejar e apresentar aos torcedores e colaboradores as musas e pessoas que estariam na avenida frente às suas alas, a multidão era tão intensa que o local parecia um pequeno quarto se comparado em proporções de espaço e pessoas.  

Com calor e cansado, Sérgio resolve tirar uns minutos para refrescar-se, e convenhamos, o descanso era apropriado pela sensação de temperatura ambiente que estava muito quente, assim, resolveu ir ao ponto de bebidas localizado no fim de um corredor, solicitou uma bebida  que estivesse bem gelada para refrescar seu corpo e pensamento, sua pele e rosto estavam bronzeados, seria possível bronzear-se a noite? Na verdade era somente a pressão do tempo e o calor do local que deixou seu rosto corado, sendo assim, optou pela sua bebida preferida naquele momento, foi servido com um Chopp geladíssimo em uma grande tulipa que ele prezava em levar, e no momento que estava preparando para pedir outra rodada, fez um movimento mais aberto com os braços meio espalhafatoso, pois ele era alto e tinha ombros largos, sua mão, acidentalmente esbarrou em uma mulher que estava ao seu lado, surpreso com o impacto, se vira rapidamente para ajudar a mulher que recebeu todo o líquido de Chopp em suas pernas; a bela mulata não teve reações, apenas ficou parada; quando percebe o desastre que cometeu, Sérgio trata de desculpar-se rapidamente, sem jeito bota uma das mãos no rosto em tom de própria desaprovação pelo ato desastroso que fizera, vira-se para encontro de quem tinha sido a vítima do banho de Chopp, e surpreso nota com mais afinco aquela mulher, uma mulata digna de samba-enredo, fica parado por alguns segundos como se tentasse entender a situação novamente, ela percebe o jeito meio disperso e malicioso de Sérgio e solta um grito misturado a um leve sorriso “Ei! Está aí? Acorda!!, estou aqui em cima” fala sorrindo ironicamente falando em alusão aos olhares para seus seios e corpo, Sérgio desconcertado acorda do sonho como se tivessem estalado os dedos em seus ouvidos, e reage: “me desculpe moça, realmente estava desatento”, Sérgio apesar de parecer desatento, notou os detalhes daquela mulata, sua mudez tinha sentido provocativo, ela por sua vez, não deixou de notar o homem charmoso que ele era; a bela mulher percebeu o rosto tímido, mas olhou o conteúdo completo de forma rápida, aprovando-o silenciosamente, já ela, tinha olhos redondos e negros, uma pele lisa e macia, carregava em sua expressão, grandes dentes brancos que provocava um largo sorriso. Sérgio convencido de que tinha que desculpar-se com mais sinceridade continuou: 

Sérgio: “Realmente não lhe vi moça, realmente sou um desastre”. Fala um pouco constrangido por ter molhado o short da mulher. A bela mulata, apenas ouve, pega um pano que pediu ao barman e começa a limpar seu short branco colado que destaca sua bunda, e por ser branco, marcava uma pequena calcinha que tirava os mais sérios de suas concentrações, possivelmente, muitos queriam tirar aquele short naquela noite; ele não consegue tirar os olhos das coxas torneadas da mulata que brilhavam com o suor impregnado, ela percebe e somente solta um sorriso com a cabeça baixa ainda se limpando. Ele tenta consertar o desastre inicial: 

Sérgio: “Por sinal, me chamo Sérgio” 

A mulher que encantara Sérgio atenta às investidas mais indelicadas, permite uma breve apresentação escolhendo palavras curtas, ela estava achando interessante e um pouco engraçado a forma de interesse de Sérgio: “Me chamo Andreza” fala de forma delicada, mas sem provocar segundas intenções. 

Sérgio: “Prazer Andreza, posso te pagar outra bebida? Acho que te devo não é?”. 

Andreza sorrindo responde: “Você não é daqui, não é mesmo?” Ela contextualiza já notando o jeito e sotaque de Sérgio. “Não precisa pagar nada, quem sabe numa próxima oportunidade” fala de forma descontraída, mas ainda analisando o jeito do rapaz que era charmoso. E a mulata assim como chegou, saí sem Sérgio reagir. Ele olha, admirando-a, aprecia cada movimento de sua imensa bunda que movimentava seus olhos para cima e para baixo, aquele andar já valia nota 10. Sérgio tinha se surpreendido com aquela beleza, algo tocou em sua imaginação, e isso foi sentido em seu corpo, seu sangue fervilhava naquele momento, tornou seu corpo rígido assim como uma pressão em sua nuca, para aliviar essa pressão não pediu… Exigiu mais um Chopp para esfriar seus pensamentos. 

No decorrer da noite Sérgio avistava por alguns momentos Andreza abraçando alguns fãs e admiradores, aquilo meio que aliviou sua curiosidade, só em nota-lá ainda no ambiente era prazeroso, entretanto, escolheu somente observar, achou que não estava à altura dela naquele dia, ela em meio a tantas pessoas e cumprimentos não conseguia atender a todos. Ainda querendo satisfazer sua ânsia por aquela mulher, ele se aproxima do local de bebida e perguntou ao barman: “você conhece aquela moça?” o barman já sabendo o motivo da curiosidade, responde sem rodeio e maliciosamente: “Sim, aquela é Andreza, nossa rainha de bateria e nossa nova musa, ela tem este dom de arrebatar corações” responde rindo enquanto lustra um dos copos servidos; Sérgio surpreso, e um pouco irritado com a gracinha do barman agora entendia a atenção dada por todos a ela, realmente ele estava certo, ela era uma mulher fantástica. 

A noite corre conforme a música ecoava no tamborim, os poetas e cantores do samba versavam a harmonia da beleza feminina, não faltavam rimas, e isso só fazia Sérgio revirar-se em pensamentos sobre aquela mulata, ao mesmo tempo em que se martiriza em não ter tido uma onda de coragem, se rebelou em pensamentos, culpou o curto tempo para ter um melhor diálogo com aquele sonho de mulata. 

Sérgio continuou por mais algumas horas no local, já não conseguia encontrar a bela Andreza e nem tanta animação, com seu olhar curioso, deduziu que ela já havia ido embora e não houve mais novidades, o samba transcorreu animado até seu término, o sol já estava raiando quando Sérgio retorna caminhando para o hotel divagando sobre sua nova fantasia, aquela bela rainha de bateria. 

…. 

À noite, as escolas já estavam iniciando suas exibições, os primeiros metros da avenida eram cruciais para ganhar a confiança do público e jurados com suas formidáveis comissões de frente, Sérgio não sabia o que esperar, imaginava como seria, mas nunca tinha tido experiência similar.  

Logo quando observou aquele cenário de cores e pessoas, se sentiu eufórico, com um espírito libertador, o movimento e som eram muito agradáveis aos seus ouvidos, ele estava se divertindo bastante, além de ter enorme satisfação de conhecer a cidade estava realizando um sonho em presenciar o carnaval; já tinha conhecimento de que o desfile seria longo, então pensou que haveria muito tempo para aproveitar e por que não, alimentar suas fantasias, ele queria um romance. 

Em um camarote que fronteava a saída das alegorias, Sérgio sorria conformado com o destino de ser um simples observador, comemorava… Cantava as letras que mal sabia o que significava naquele momento, ele apenas sentia algo que despertava euforia, uma grande emoção, junto aos milhares de foliões jogava os braços e tentava arriscar uns passos meio tortos e sem sentido, era cômico. 

O evento estava em seu ápice com toda sua vibração, Sérgio sempre apreciou a beleza do desfile, ficou imaginando com tom de gratidão que seu grande sonho estava acontecendo, conhecendo e participando do maior evento do País. Postado de forma meio desatenta com a visão para avenida, segurando seu fiel amigo: o copo de Chopp tomou um baita susto quando escutou ao longe um som alto e ritmado, perguntou ao amigo: “que trem é esse Márcio?” o amigo lhe responde comicamente que era a bateria formando o compasso de um enredo, sua atenção estava toda ali, com os ritmistas cadenciando as batidas que mais pareciam médicos operando as almas que alimentavam tudo aquilo – era a imagem de uma orquestra em evolução, como dizia seu avô: “segura sô”. Observou e escutou atentamente aqueles instrumentos, eram muitos, apesar de ter um bom ouvido musical para notas, ele nunca tinha escutado tamanha sincronização, achou tudo muito organizado. 

A frente observara uma mulher como destaque, rodopiava e elevava os braços que eram correspondidos pelo público com gritos de apoio e aplausos, flashes e fotos, gritos desesperados de “gostosa!”, e de fato, aquela mulher era gostosa e sabia o que estava fazendo; isso chamou a atenção de Sérgio, ele observa atentamente, aplaudia juntamente com o coro sem saber o muito bem o motivo; só não imaginava a grata surpresa; a frente daquela bateria estava Andreza, a mulata de sua fantasia, ele ainda olhou umas duas vezes e confirmou em sua lembrança: “sim, era ela”, ele reconheceu aquela tatuagem, que coincidência pensou ele, pelo menos, ele não sabia que se tratava daquela escola que ela representaria, quando Sérgio se lembrou da cena do barracão e do desastre do Chopp derramando-o em cima de Andreza, aquela linda rainha, ele balançava a cabeça ainda em desaprovação como se fosse rotineiro de sua parte.  

Andreza estava tão à vontade que não parecia ser seu primeiro ano como rainha. Aquela cena o encantou, Andreza com o corpo decorado em brilhosos enfeites fazia de sua passada uma doce e saborosa tentação, seu corpo refletindo as cores prateada e verde estavam bem desenhados, carregava em sua cabeça uma tiara que imitava uma coroa digna das grandes rainhas dos contos, sua fantasia era muito bem adornada com plumas brancas, Sérgio estava em um mundo entre fantasia e erotismo que envolvia aquela mulher, ela entrou em sua mente avassaladoramente, chegando a perder a noção do desfile.  

Voltando um breve momento atrás, Sérgio tinha um passado de paixões, era um galanteador incondicional quando solteiro, “posto” que já estava quase que aniquilado desde seu último relacionamento, um casamento conturbado que durou cerca de 10 anos; 

Aquele carnaval era sua reestreia ao mundo dos solteiros, aquela mulher mexeu com sua libido. A cada passo que trepidava de seu corpo, Andreza provoca em Sérgio, mesmo que indiretamente, uma reação imediata, um calor fugaz em seu rosto subia, a pressão ascendia sua cabeça de forma rápida, suas mãos e peito ficavam rígidos, até chegar ao seu sexo, ele queria saltar para dentro da avenida e agarrar aquele corpo e misturar-se naqueles brilhos, beijar aqueles seios fartos que balançavam loucamente, mas nada podia fazer naquele momento, seu peito oprimia o ar como se a pressão invadisse seu sistema cardíaco; aquela mulher quase nua aos olhos, ele apenas um pobre mortal em martírio, estava sentindo algo incrível, ele se perguntava: “como ela consegue fazer isso”? Toda essa sensualidade? Ele concluiu que era natural de cada uma, assim como as sereias, Andreza encantava e desencantava a bel prazer, não era mágica, era essência.  

A bela rainha Andreza, sambava e retorcia sua cintura como nenhuma outra, mas parecida não ter costelas, Sérgio imaginou aquele corpo volumoso rebolando em seu colo seria o máximo, se ele não estivesse vendo, ele acharia impossível aquela habilidade e flexibilidade, eram movimentos firmes que jogavam seus quadris em várias direções; vale ressaltar que a altura de Andreza destacava sua performance, tudo nela era grande, Sérgio não conseguia tirar o olhar dela, apoiado ao fronte do camarote, construiu uma cena entre ele e ela, sua mente fantasiou aquela mulher de seios fartos sentada lentamente em seu colo, concedendo uma dança, onde abria as pernas e fechava em um show de contorcionismo, seus seios saltavam a cada galope de passos cadenciado em seus braços, ali mesmo, no meio da avenida, somente os dois e a alegoria dando apoio ao espetáculo, pensou em arrancar aqueles enfeites inúteis que cobriam a aréola dos seios impáveis que de nada serviam a não ser atrapalhar sua imaginação, sem rodeios ou pudor, rodopiava Andreza m seus braços e batendo em sua bunda agitava-se, pensou em um momento de realidade: “estou maluco?”. 

Diferenciando-se das demais, Andreza tinha bastante originalidade, mexia freneticamente os cabelos cacheados que tinha tanto orgulho, hasteava autenticidade, seu olhar era de entrega, era tudo ou nada, os dentes brancos serravam-se em comunhão com uma face vibrante em busca de um reconhecimento, quem a via a tratava como uma amazona grega em um campo de batalha dos mais formidáveis épicos textos de Homero. 

Sérgio continuando a alimentar sua fantasia decidiu que parar por ali, se projetar aquele desejo, seria um pecado, então, continua a criar possibilidades, ele queria ir até o final com aquela visão entre “ele e ele”, assim, entoava a letra da música, conforme Andreza subia e agachava, transparecendo os lábios vaginais, ela fazia questão de que o tapa sexo enrugasse no máximo do seu esforço de suas pernas, olhara massivamente a desenvoltura daquela beldade que em círculos mostrava toda sua vontade de dançar, enquanto ela apresentava sua alegoria ao público com gestos de mãos e apontamentos, Sérgio com a boca semiaberta, olha para aos lados e nora um silêncio, ele estava anestesiado, Andreza surge em seus sonhos com um estilo muito sexy, exibicionista em sua volta, ele imagina-a sentando em uma cadeira isolada, provocando seus instintos mais sérios, ele não tinha chance de parar ali. Mas não podia afirmar se aquilo era fruto exclusivo de sua imaginação, que de fato era fértil, ou se a realidade estava se confundindo com fantasia que ela tinha provocado propositalmente, que confusão.  

Sérgio sempre foi muito fantasioso, gostava de criar cenas em seu pensamento, adorava inventar situações inusitadas. Aquela mulher, ali, sambando de forma sensual e insinuante a sua frente atiçou sua mente que não parava. 

Sérgio repercutiu aquele desejo sem se importar com nada, imaginou ele, um instrumentalista, um espectador e um observador, tudo ao mesmo tempo, tocando a cuíca como incentivo aos ritmos, Andreza se despindo no momento em que rebola em volta da cadeira, eles ainda continuavam em um trecho da Sapucaí, apesar de solitário, só lhe bastava ela, ele como se ritmando a cena, sentado elegantemente, ela usando uma cadeira a sua frente como instrumento e exibição, ora dançando, ora ficando de quatro e empinando-se assim como no barracão, sendo o centro exclusivo de sua atenção, a musa  rebolava descaradamente para cima e para baixo, e ali, de repente, contracenava com aquela musa que estendia-se em desejo na avenida, frente a frente, ela sambava em sua volta com leves beijos em seu pescoço que prosseguia a sua boca e de forma suculenta, ele tocava suas costas e braços como sentindo os músculos em esforço, cada centímetro era constantemente apalpado, Andreza transformava uma simples dança em uma grande alegoria de exibição, sua pélvis exibia minuciosos músculos que imaginados por Sérgio faziam dele um homem satisfeito de desejo, após ela terminar sua exibição, ritmista solo, puxava a musa para cima da alegoria destacadamente segurando uma espécie de haste, exibia-se contorcendo-se a no mastro improvisado, Sérgio conseguia visualizar aquela mulher tomando conta da cena, ele impressionado com sua performance, ficava excitado. Seus ouvidos ouviam os sons das pessoas e da bateria, mas ao olhar em volta, só tinham o casal em um ambiente aberto e deserto, como se estivesse em um grane quarto aberto, ela continuava a desfilar em cima da alegoria, usando-se como prêmio, ora exibindo-se, ora chamando-o, para ele, não havia ninguém com a capacidade de incomodar aquela visão, ele escutou em sua fantasia Andreza dizer sorridente: “sou uma rainha, preciso de um rei, venha me possuir”, isso o deixara feliz. Naquele momento ele segurava a mulata em seus braços levantando-a em seus fortes braços e suas mãos dando base a bunda de Andreza, ele sentia a maciez daquele pedaço de carne, sentia seu membro sob a calça comprimir os tecidos, ele queria soltar toda aquela energia. Ele abre e fecha as nádegas de Andreza, no momento que estende para fora toda a dimensão de seu membro que é tocado pelas mãos ágeis da musa. 

Em meio a este show particular, Sérgio torcia para que aquele tapa sexo cedesse, ele queria o que ela tinha por trás daquela minúscula peça, entre as pernas, a todo instante ele pressionava Andreza em sua direção, e ela sentia que seu membro estava pronto, ela mostrava suas curvas como se estivesse ali, pronta pra ter sua noite de sexo, e  ela era o prêmio, ele notava seu membro crescer de forma desproporcional a cada gota de pensamento, e voltando a realidade, Sérgio estava em um canto do camarote, em pé, naquele mundo em que Andreza o atentava, Márcio olhava ao amigo, já sabia que Sérgio estava em um mundo só dele, chegava a ri com a distração. 

Sérgio dando um tom final de sua visão aplaudia aquela musa que tinha interesse em dançar e seduzi-lo, de repente se viu no camarote com ela nos braços, ali, se beijando, Sérgio tocava aquele tapa sexo com os dedos imitado um pianista profissional, um a um, alisando-a, ela apenas deixava e continuava a exibi-lo, aos seus olhos ela estava odorando ser desejada, Andreza provocava querendo saber até onde ele aguentaria acariciar sem arrancar com a boca, ele impacientemente analisava, chegando a conclusão de que não era um simples tapa sexo; com mais calma percebia-se as linhas de sua linda boceta morena, os músculos e o tapa sexo chegavam a escondê-la, sua bunda era em um formato extremamente redondo de dobras macias que contorciam-se com as contração de suas agachadas, sua dança provocativa fazia aquele pequeno tapa sexo, o m2 mais desejado de seus sonhos.  

Sérgio vivenciando o transe em um olhar perdido em meio à avenida se instalou em um mundo tentador de luxúria e desejo, Seu inconsciente estava no Camarote com Andreza, ela sussurra frases que deixam Sérgio excitado, já seduzido e tentado com as diversas formas que Andreza conseguiu lhe atrair, ele olha descaradamente querendo aquela mulher, e não aguenta, desencaixa aquele tapa sexo de uma vez por todas, ali ele consegue tocar com a palma da mão que cobria a linda boceta de Andreza, acaricia e beija como se amasse desde a infância, era macia e lisa, ela esfrega as duas mãos em seu rosto e conduz aos seus seios que o afogam em um afã de beijos, Sérgio não para de pedir que acabe com aquilo, ele sofre em tentação, lembrando uma criança pedindo doces, a movimentos lentos de Andreza deitando a sua frente o excitam ao ponto de incomodar de desejo, ela a imagina encostando-se em um acolchoado que estavam próximos, abre as pernas, ajeita as penas que ainda carregava junto a coroa, e diz: “Pode vir”; a mulata, entregue ao desejo e querendo-o, ele queria desde a primeira imagem no barracão que ele a viu, e ali, Sérgio, já com seu membro solto e vibrante, brinca a beijos numerosos até que percebe Andreza preparada antes de penetrar aquele espaço tão pequeno, porém tão prazeroso, ela rebola lentamente em sua frente, com seu membro dentro, massageando, o camarote tonar-se em sua fantasia um encontro de prazer, ela aperta Sérgio como se controlasse cada músculo de forma independente, ela envolvia-se em Sergio que sentia-se um garanhão, muito envolvido por aquele aroma de castanhas e amêndoas no de sua pele (era um cheiro que remetia a alguns namoros, aquilo o excitava), a medida que ela se jogava em cima dele, ele cantava junto ao enredo entoado pela bateria 

“Sonhar não custa nada 

O meu sonho é tão real 

Mergulhei nessa magia 

Era tudo que eu queria 

Para esse carnaval.”  

 

Enquanto isso, Sérgio comemorava no camarote como se a escola tivesse passando, ria sem reação, Sérgio em seu mundo de fantasias, com um olhar perdido no horizonte, tem a imagem de seu membro pulsando dentro da pele morena de Andreza, uma cena que aos movimentos de idas e vindas, calça um atrito que o consome de prazer, e imagina ela, com aquele corpão estremecendo chegando a um orgasmo múltiplo. Sérgio ainda esperava toda a tremedeira da morena passar, enquanto ainda brincava de empurrar em leves enfiados em sua boceta, assim ele desperta, excitado e meio abobalhado.  

Seu olhar era para dentro do camarote, assim que o narrador parabeniza a escola passar e terminar seu desfile, ele desperta definitivamente daquele “transe” sem ao menos saber o que tinha acontecido, ele meio sem jeito, excitado, tenta esconder o circo armado, mas foi tão real, que por um momento sua boca umedece ao imaginar uma boceta perfeita em seu poder, linda e requintada, assim ele batizou-a. 

Ao fim do evento, cansado, não saia da sua cabeça aquela fantasia.  

Aguardando um motorista de aplicativo fora do sambódromo, uma mulher toca seu ombro, se aproxima de seu ouvido e pergunta calmamente se podia dividir a carona, ele responde sem dar muito atenção, um pouco envolvido naquelas fantasias que ele considerou exagerada de sua mente: “sim, claro”, mas a noite lhe promoveria mais uma surpresa. Ao levantar o rosto, Andreza confronta seu olhar, ali, seu fogo reacende. 

Andreza: “Ha! E aceito aquela bebida que me devia”. 

Sérgio ainda pensando no que estava acontecendo, se pergunta se estava inconsciente ou consciente, responde de forma rápida: “Olá! Andreza, certo? será um prazer” 

Andreza sem interesse no elogio era objetiva: “deixemos os elogios do desfile para o dia da apuração”  

Sérgio, estranhando a atitude da moça, questiona educadamente: “não gosta de elogios?” 

Andreza: “sim, gosto, mas hoje, prefiro o prazer que mencionastes”, termina a fala misteriosamente. 

Ele sorri e convida-a a entrar no veículo, ela elegantemente entra, ambos seguem para Santa Tereza… 

 

Continua… 

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